[Crítica] Os Caras Malvados 2 | Dinâmico, divertido e bem humorado

A estreia de Os Caras Malvados em 2022, foi como um respiro para a DreamWorks. O primeiro filme teve uma excelente recepção do público e faturou nos cinemas U$250 milhões, cerca de 3 vezes o valor de seu orçamento de U$80 milhões. Agora, a produtora busca novamente o sucesso. Mas, será que consegue?
Em Os Caras Malvados 2, depois de 5 anos dos acontecimentos do primeiro, Sr. Lobo e sua gangue de ex-criminosos resolvem virar a página e tentar uma vida honesta, conquistar confiança e aceitação para sua recente condição de bons moços, quando são forçados, por um esquadrão de mulheres criminosas, a abandonar a aposentadoria para fazer “um último trabalho”.
O segundo filme segue uma linha que alterna entre a inspiração, fazendo referências a outros filmes do gênero assalto como Onze Homens e um Segredo, e a temática política ao trazer à tona aspectos da sociedade moderna. E, não posso me esquecer… ele brinca com tudo isso, inclusive com personalidades (grandes empresários) da vida real. A direção de Pierre Perifel, que também comandou o anterior, é dinâmica e extremamente divertida. Todas as referências são sobrepostas umas às outras em cenas animadas muito bem coreografadas, frenéticas e que devem fixar a atenção tanto dos adultos quanto das crianças, que provavelmente irão assistir o filme nos cinemas e facilmente irão gostar.

Tecnicamente, o estilo de animação me agrada bastante e não perde o padrão DreamWorks de qualidade, sendo perfeito para a proposta que se tem aqui. Além disso, a trilha sonora é imersiva em todos os momentos. Indo para a questão narrativa, vemos que a proposta inicial do filme é clara, criticar de forma bem humorada, mas provocativa, a dificuldade de reintegração de pessoas com histórico criminal, ou seja, estigmatizadas, na sociedade. Para reforçar ainda mais isso, a obra ainda levanta um questionamento acerca do “custo-benefício” de buscar essa reintegração, me parecendo uma alfinetada direta ao sistema carcerário de certos países. Honestamente, é dessa parte que me agrado mais. Ao tratar de temas complexos de forma “simples”, o filme abre portas para atiçar o senso crítico de quem o assiste e, ao mesmo tempo, tira ótimas piadas disso.

Por outro lado, Os Caras Malvados 2 faz questão de tentar ser grandioso em sua reta final e, mesmo que abrace o exagero de propósito, me fez perder parte da sensação agradável que tive durante boa parte do filme – até as piadas do filme começam a extrapolar, principalmente as de pum. Parece que esta foi a saída mais fácil que encontraram de encaminhar o enredo para uma continuação com gosto de franquia consolidada.
Como um todo, Os Caras Malvados 2 entrega uma experiência divertida, de ótimo ritmo e bom humor, que deve entreter tanto o público mais jovem quanto o mais velho. E, por mais que tropece quando tenta ser pretensioso demais, ainda apresenta um resultado satisfatório.
